DECORTILES Superfícies Amassadas
Por: Admin - 23 de Outubro de 2023
Amassado perfeito
OLHO
Foi-se o tempo em que revestimentos belos eram associados àqueles com aspecto liso, imaculado ou irretocável. A estética do imperfeito conquistou lugar definitivo no design de superfícies, e conta com propostas baseadas no apelo das peças com visual rústico, artesanal, envelhecido, enferrujado e até amassado.
TEXTO
Neste contexto, ocupam um lugar especial, as opções cuja volumetria foi pensada com efeito tridimensional, ou seja, com relevo elaborado. São itens que evocam os sentidos, destacando-se pelo apelo tátil – um verdadeiro convite para sentir o toque das mãos, a temperatura da mistura cerâmica, a aspereza ou a suavidade, como também as saliências.
A gama de possibilidades é imensa, nas ondas suaves de um quê “amassado”, figurando em um número cada vez maior de novidades do segmento e conquistando adeptos pela delicadeza com que o recurso aparece na superfície das placas.
ÍRIS
Na série de azulejos Íris – inspirada no arco-íris –, as peças exibem tonalidades suaves, fáceis de combinar e de dimensões reduzidas (10 x 20 cm).
Combinam aspectos de cimento com textura discreta e destonalização. O resultado: matizes variadas que tingem a parede, fruto da justaposição de placas pequenas, confeccionadas em diferentes tonalidades de cor.
A versatilidade na colocação é outro ponto forte da série. Composta de exemplares retangulares, o azulejo aceita paginações em espinha-de-peixe, em paralelo, na diagonal, na vertical, na horizontal ou com peças agrupadas.
“A indústria foi além de imitar acabamentos nobres e passou a ‘criar’ materiais inéditos, que exprimem uma ideia, verdadeira ou não, sobre suas matérias-primas e processos de fabricação”, reflete o arquiteto paulista Denis Joelsons.
“Atualmente, um revestimento cerâmico pode sugerir ter cimento na mistura, ou barro, ou ainda parecer ser algo completamente novo”, diz ele. Segundo o profissional, o conceito é interessante – e, melhor quando traduzido na beleza do produto final.
Outra qualidade dos revestimentos cerâmicos “amassados” é a sintonia com as tendências dos projetos contemporâneos de interiores e de arquitetura, marcados pela diluição das fronteiras dentro-fora, sobretudo depois da pandemia. Talvez, nunca como agora, esteja tão evidente a importância da presença da natureza, do artesanal, do orgânico dentro da casa. Assim como se sabe da relevância de viver experiências na coletividade, nos espaços urbanos e na cidade. Ou seja, na passagem do tempo, as propostas com esse tipo de relevo vão bem tanto em ambientes contemporâneos como rústicos.
ÍRIS CODE
Na série de porcelanatos não esmaltados Kraft sobressai a referência à terra. A técnica utilizada na produção assegura a semelhança ao tradicional granilite, assim como a resistência necessária para uso em locais de alto tráfego. Graças ao relevo suave, materializa-se a ideia da argila levemente amassada – aqui, porém, em versão tecnológica.
KRAFT
“Gosto muito das opções que remetem a algo rudimentar, feito com barro – por vezes até mesmo simulando as eventuais imperfeições da confecção artesanal, as variações de tonalidade, as diferenças na queima. E, sou fã dos porcelanatos com massa única, técnicas que oferecem desempenho imbatível. Juntar as duas coisas me parece um plano promissor”, avalia Joelsons, que ainda sentencia: “Vale pensar que não basta escolher branco, preto ou cinza para definir uma base neutra. A cor é muito bem-vinda mesmo quando a intenção é uma certa neutralidade – e os tons terrosos são ideais nesse sentido”.
TELLUS
Chama-se Tellus a série de porcelanatos em formatos pequenos (5 x 40 cm) que lembram a terra seca. Inspirada na argila, exibe aspecto fosco, quase “empoeirado”, e cores terrosas – além da superfície “amassada”. O acabamento é mate, para maior semelhança com o material natural.
Do ponto de vista da praticidade, os “amassados” também somam pontos. As discretas irregularidades superficiais escondem a sujeira – efeito reforçado no caso de peças com acabamento mate ou fosco, que pode ser desejável conforme o uso. Dependendo da aplicação, as alternativas esmaltadas ou brilhantes podem proporcionar um toque extra: reflexos pronunciados e certo jogo de claridade e sombra.
“Eu pensaria em instalar um revestimento desse tipo num local onde houvesse incidência de luz direta, perto de uma janela, por exemplo, para garantir esses ‘reflexos aquosos, vítreos’, além de uma variação ainda mais intensa de claro e escuro”, finaliza o arquiteto.
Produtos: Iris Code Marfim Mt 10x20, Iris Mauve MA 10x20, Kraft Moka NAT 90x90, Tellus Argila MA 5x40 Decortiles